segunda-feira, 6 de abril de 2009

Na sala com Gilberto Gil


Foto tirada em 2004 no Fórum Social Mundial, em Mumbai, Índia






Não é de hoje que me sinto uma pessoa privilegiada. Não tenho nenhum problema grave de saúde, não me falta alimento, tenho amigos fiéis e uma família que me suporta (em todos os sentidos) desde que me conheço por gente. Sempre me senti plena com meu trabalho, apesar das injustiças do mercado e dos desafios diários de trabalhar na grande imprensa.

Mas confesso que ter a oportunidade de passar uma tarde com Gilberto Gil, em seu estúdio, mexeu demais comigo e me faz repensar meu papel no mundo. Já o havia entrevistado em 2004 no Fórum Social Mundial, na Índia, para a revista Jungle Drums, e, novamente, em 2005, para a Folha S.Paulo. Mas na última sexta-feira, quando estive em seu estúdio, no Rio de Janeiro, para uma gravação dele em uma faixa do novo disco da Banda Black Rio, saí do encontro absolutamente abalada.

Eu já sabia que minha idolatria se estende apenas a ele e ao Dalai Lama, com quem também já tive o privilégio de dividir alguns momentos - primeiro em sua casa, na Índia, que resultou numa matéria para a BBC Brasil e noutra para a Carta Capital, e depois, aqui em São Paulo, em sua última passagem por solo brasileiro.

Voltando ao Gil, passei uma tarde admirando o talento do rapaz (sim, o espírito dele o transforma em um jovem excitado pela vida e pelos encontros) e vendo a forma como ele acatava a direção do William Magalhães, líder da Banda Black Rio e meu atual chefe. Simples nos gestos e na fala, nosso ex-ministro da cultura é um exemplo de humildade e talento, que deveria ser seguido por todos.

Não sei como colocar em palavras toda a emoção que foi ter a oportunidade de conversar com Gilberto Gil. Fico feliz por saber que a canção que ele gravou em minha presença ficará eternizada em sua voz. Saí de lá com uma sensação intensa de plenitude. Era como se estivesse flutuando e, ao mesmo tempo, como se tivesse um grito de alergia abafado dentro do meu peito.

Fomos a um bar comemorar o feito e, para não ter que explicar nada para ninguém, depois de um par de chopps, dei uma escapada até o banheiro. Chorei feito uma criança. De alegria, de emoção, de medo... por achar que minha missão é muito maior do que eu pensava até aqui.

2 comentários:

  1. Oi, Mari! Que coisa mais linda. Amei seu blog. Beijinhos lusitanos :)

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  2. Amei! E acho muito que as matérias da Jungle, Folha, BBC e Carta merecem um link no post hein! Queremos acesso!

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