Esta lista traz indicações feitas pelos colunistas da Folha S.Paulo Elio Gaspari, Jânio de Freitas, Ruy Castro e Xico Sá. Quanto mais eu leio, mas percebo o quanto falta pra ler...
ELIO GASPARI:
1. Machado de Assis. Qualquer um. Tem efeito balsâmico, o sujeito lê à noite e escreve melhor no dia seguinte.
2. Manuel Bandeira, qualquer coisa. Ajuda a gostar das palavras.
3. Mencken. Em matéria de estilo devastador, é o pai da matéria. [Dois livros dele foram traduzidos para o português: "O Livro de Insultos de H.L. Mencken", seleção e tradução de Ruy Castro, editado pela Companhia das Letras - São Paulo, 1988, esgotado; e "Os Americanos", edição portuguesa, Antigona, 2004].
4. A reportagem de Hiroshima do John Hersey. Saiu em português [Companhia das Letras, série Jornalismo Literário].
5. Para ter uma coisa atual, o capítulo da morte do Sérgio Vieira de Mello da Samantha Power. O livro acaba de sair.
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JANIO DE FREITAS
livros a recomendar, não tenho. Se interessar um palpite, ei-lo.
1- Não tenho convicção de que literatura seja importante como ajuda para escrever bons textos de noticiário. Repito: de noticiário. Mas a leitura atenta de Machado, Eça, Lima Barreto, por exemplo, pode ajudar a desenvolver o gosto pelas palavras, em seus sentidos mais afinados e suas combinações mais resultantes.
A leitura de textos entre o jornalismo livre e a literatura me parece ainda mais útil (e mais fácil de ler nestes tempos). São os textos dos cronistas, com realce para Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, depois Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.
2- Dicionário. Criar o hábito de consultá-lo quando houver dúvida sobre o melhor sentido de uma palavra, não só quando se está lendo, é de imensa ajuda para a precisão e a inteligibilidade do texto jornalístico. E para evitar a mediocridade dos textos cujos autores escrevem sempre com as mesmas palavras, ignorantes até dos sinônimos mais singelos. Bem portátil, o Mini Caldas Aulete é bastante bom.
3- Uma chave importante, talvez a mais importante, para o repórter que quer aprimorar o seu texto, é ler jornal com este propósito. Ler com atenção os textos que mais agradem, e procurar descobrir por que agradam, estudá-los mesmo. Se o autor for alcançável, não há motivo para desperdiçar uns papos com ele sobre redação, estrutura de notícia, diferentes técnicas de texto, e por aí (a meu ver, não há melhor maneira de aprender: foi assim que se formaram os melhores escritores de jornalismo que conheci, aqui e no exterior).
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RUY CASTRO
Cinco livros é difícil. Serve cinco autores?
Rubem Braga, Millôr Fernandes, Carlos Heitor Cony, Joel Silveira e o Paulo Francis dos anos 60.
Escrever "como eles", depois que se aprende, não tem muito problema. O problema é o sujeito se tornar eles -- ou seja, ter a cabeça que permite escrever aquelas coisas...
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XICO SÁ
A alma encantadora das ruas -João do Rio
Um Bom Par De Sapatos E Um Caderno De Anotaçoes -- Como Fazer Uma Reportagem -de Anton Tchekhov
Balas de Estalo - reunião crônicas políticas e de costumes de Machado de Assis
Dez dias que abalaram o mundo - John Reed
Paris é uma festa - E. Hemingway
Na pior em Paris e Londres - George Orwell
O SEGREDO DE JOE GOULD, de Joseph Mitchell (AULA GENIAL DE COMO FAZER UM PERFIL DE UM PUTA PERSONAGEM PRATICAMENTE ANONIMO)
Tudo de Nelson Rodrigues, claro
Malagueta ,perus e bacanaço -João Antônio
Vidas Secas - Graciliano Ramos
"Bartleby, O Escriturário" de Herman Melville
A milésima segunda noite da av. paulista - Joel Silveira
Dicas úteis para uma vida fútil -um manual para a maldita raça humana - Mark Twain
O perigo da hora - o século XX nas páginas do The Nation (textos de Kurt Vonnnegut, H.L. Mencken, Gore Vidal, John dos Passos entre outros bambas) -tem uma tradução brasileira da editora Scritta
segunda-feira, 6 de abril de 2009
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