quinta-feira, 30 de abril de 2009

William Magalhães, Seu Jorge e Mano Brown

Esta foto foi tirada pelo super fotógrafo (e amigo) Renato Stockler, no estúdio YB. A turma da pesada estava reunida para o Seu Jorge gravar a voz em uma canção do novo disco da Banda Black Rio, intitulado Supernova Funk Samba. E eu, fiel escudeira da banda, estava lá acompanhando e dando suporte para a trupe. É muito axé junto!!!

Vaga de editor para site

O site Opera Mundi (www.operamundi.net) procura um editor que entenda e goste de assuntos internacionais, especialmente relacionados à América Latina, com experiência em edição de texto, de preferência em impresso e/ou internet, facilidade com idiomas (pelo menos inglês e espanhol fluentes) e familiaridade com multimídia, para um trabalho fixo de oito horas diárias na redação, segunda a sexta, com um plantão mensal em esquema "home office". Paga-se bem, salário a combinar. Interessados, favor mandar currículo para juliolazslo@gmail.com (Julio Cruz, editor)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Prêmio de Reportagem Mata Atlântica

9º Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica prorroga inscrições para o dia 06 de maio

Estão prorrogadas as inscrições para a nona edição do Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica, uma iniciativa da Aliança para a Conservação da Mata Atlântica – parceria entre as ONGs Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica–,nas categorias impresso e televisão, para o dia 06 de maio. O Prêmio tem por objetivo promover o jornalismo ambiental no Brasil, incentivar a produção de reportagens sobre o assunto e reconhecer a excelência profissional de jornalistas que cobrem temas ambientais. Os interessados podem se inscrever pelo site www.premioreportagem.org.br e enviar o material pelo correio, valendo a data da postagem. As reportagens devem ter sido publicadas ou veiculadas entre 1º de abril de 2008 e 31 de março de 2009. As matérias impressas devem ter entre 300 e 5000 palavras. Cada jornalista pode inscrever até três matérias.

O vencedor de cada categoria participará do Congresso Mundial Florestal, na Argentina, em outubro de 2009. Os segundos e terceiros colocados em cada categoria receberão R$ 5.000 e R$ 2.500, respectivamente. As reportagens devem estar relacionadas ao bioma Mata Atlântica, abordando temas como alternativas econômicas, biopirataria, certificação florestal, conservação da biodiversidade, crimes ambientais, ecoturismo, educação ambiental, mudanças climáticas, serviços ambientais, entre outros. O júri é formado por profissionais das áreas de comunicação e conservação ambiental, sem a participação de representantes das instituições organizadoras. As matérias impressas devem ser enviadas em formato Word, acompanhadas do original publicado. As reportagens de TV devem ser gravadas em DVD.

Esta iniciativa da Conservação Internacional realizada em outros 13 países é promovida no Brasil desde 2001 pela Aliança para a Conservação da Mata Atlântica em parceria com o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) e a Federação Internacional de Jornalismo Ambiental (IFEJ).

Aliança para a Conservação da Mata Atlântica

Parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica e a Conservação Internacional, a Aliança para a Conservação da Mata Atlântica existe desde 1999 e tem como principais atividades o Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica, o Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF Mata Atlântica) e o Programa de Incentivo às Reservas Particulares do Patrimônio Natural da Mata Atlântica.

Acesse o regulamento do Prêmio: http://www.premioreportagem.org.br/subMenu_4.sub?c=Brasil&cRef=Brazil

CONTATO PARA ENVIO DAS INSCRIÇÕES
Marcele Bastos
Especialista em Comunicação
Conservação Internacional
Av. Getúlio Vargas, 1.300 – 7º andar
30112-021 – Belo Horizonte - MG
Tel. (31) 3261-3889
E-mail: m.bastos@conservacao.org

terça-feira, 28 de abril de 2009

Prêmio de jornalismo do INMET

Como parte das comemorações de seu centenário, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) lançou o Prêmio INMET de Reportagem. O valor total da premiação é de R$ 48 mil e o montante será dividido entre os vencedores de cada uma das quatro categorias: impresso, TV, Rádio e Internet. O primeiro colocado de cada categoria receberá R$ 12 mil. O tema do concurso é "A evolução tecnológica e a qualidade da previsão do tempo e do clima nos 100 Anos do INMET"

Mais detalhes:
www.inmet.gov.br/arquivos/premio_reportagem_reg.pdf

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Banda Black Rio, Mano Brown e Paula Lima

















Essa foto foi no show da Black Rio em Santos, no dia 9 de abril. Paula Lima fez uma participação especial e Mano Brown colou junto e apavorou também.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Show do Hyldon






















Hyldon é um dos grandes representantes da soul music brasileira. Tive o prazer de conhecê-lo há um par de anos e devo reconhecer que sou fã do cara. Ele é mais uma dessas figuras maravilhosas com as quais estou tendo o prazer de compartilhar a caminhada. Já escutava sons dele muito antes de saber de quem eram aquelas canções que me acompanham por toda a vida.

Quando saquei que Na Rua, na Chuva, na Fazenda, As dores do Mundo e Na Sombra de uma Árvore eram dele, entendi quão foda era aquele cara maluquinho, humilde pra caralho e cheio de talento.

Parceiro de Tim Maia, Cassiano e Luís Vagner, etre tantos outros, Hyldon já teve suas canções regravadas por intérpretes como Luís Melodia, Sandra de Sá, Wanderléa, Marisa Monte, Caetano Veloso, Jorge Aragão, Tim Maia, Golden Boys, Jota Quest, Lenine, MV Bill e Kid Abelha, Ivete Sangalo etc etc...

Nos dias 25 e 26 de abril o cantor, violonista e compositor baiano apresenta o show de seu novo CD, intitulado Soul Brasileiro, no Sesc Santana. Eu vou! Vambora?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Desafio sintáxico-semântico

Quem ousa lançar o desafio das palavras a um poeta
se o sentido inexato de uma conjunção condicional
pode meramente insinuar o que ele é capaz
de expressar com apenas uma interjeição?

Ainda que a metonímia confunda as sensações
a figura de linguagem
se me esvai na inversão dos sentidos
e reforça a hipérbole da tua mensagem.

Por isso grito, solto o verbo,
coloco o artigo no sujeito
e mando uma preposição
conjugada do meu jeito.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Prêmio de jornalismo independente

SE ACEPTAN NOMINACIONES A PREMIOS KURT SCHORK AL PERIODISMO INTERNACIONAL

Los Premios Kurt Schork al Periodismo Internacional son una celebración de los periodistas independientes y locales que muestran un gran valor y compromiso para informar sobre temas polémicos en un país en desarrollo o una nación en transición. La fecha límite para las solicitudes es el 22 de junio de 2009.

Se entregarán dos premios de $5,000, uno a un periodista independiente que cubra las noticias internacionales y el otro a un periodista local en el que muestre valor para informar de temas polémicos. Los artículos se pueden enfocar en el conflicto, cuestiones de derechos humanos, cuestiones transfronterizas, o cualquier otro tema de polémica en un país o región en especial.

Los premios, financiados por el Fondo en Memoria de Kurt Schork y Reuters,llevan el nombre de Kurt Schork, un periodista independiente estadounidense que fue muerto en una emboscada miliar mientras se encontraba cumpliendo una misión para Reuters en Sierra Leona en mayo de 2000.

Para conocer los detalles completos de los premios y cómo participar, visite el sitio web del Instituto de Informes de la Guerra y la Paz: http://iwpr.net/kurtschork.

sábado, 11 de abril de 2009

PUTA S/A

Pouca gente leu este texto, que foi veiculado em 2006 na revista EleEla. Na ocasião, a publicação passou por uma reformulação dos projetos gráfico e editorial e eu estive envolvida nos dois primeiros números que saíram com a 'nova cara'. Depois, resolvi me afastar do projeto - apesar de ter curtido a experiência de escrever para uma revista com o foco da EleEla - pois as condições que me foram oferecidas eram miseráveis. A matéria trata do mercado de trabalho das prostitutas e considero que ela traz informações valiosas para a arte de entender a vida e de se relacionar com o próximo. Seja no que diz respeito à cidadania, ao profissionalismo, ao respeito ao próximo ou à quebra de tabús.

















PUTA S/A

BRUNA SURFISTINHA E MARISE SÃO APENAS OS FENÔMENOS MAIS EVIDENTES DE UMA TENDÊNCIA NO MERCADO DAS PROFISSÕES: A BUSCA POR UMA BOA POSIÇÃO NA CARREIRA DA PROSTITUIÇÃO

MARI BERGEL
(matéria publicada na revista ELEELA, em 2006)
Fotos: Vidal Cavalcante

Antes de mais nada, um aviso: apesar de ainda não regulamentada, a chamada ‘profissional do sexo’ tem o número 5.198 na lista oficial da Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Para muitos, a boa e velha prostituição permanece atividade ilegal, marginalizada. A denominação varia, claro. Tem quem a chame garota de programa, outros preferem meretriz, alguns ainda messalina; dependendo do sotaque, ela pode ser mulher da vida, puta, quenga ou rapariga.

A maioria das prostitutas do Brasil tem entre 20 e 29 anos, não completou o primeiro grau, ganha até quatro salários mínimos e está na profissão há menos de cinco anos. A maior parte trabalha na rua, em bares e boates, fazendo programas em hotéis. Os dados são de uma pesquisa sobre as profissionais do sexo, encomendada pelo Programa Nacional de DST/Aids e executada pelo Núcleo de Estudos de Saúde Pública (Nesp) da Universidade de Brasília. Foram ouvidas três mil prostitutas de baixa renda, consideradas profissionais populares, das regiões nordeste, sul e sudeste.

De acordo com a descrição do MTE, as profissionais “batalham programas sexuais em locais privados, vias públicas e garimpos; atendem e acompanham clientes homens e mulheres, de orientações sexuais diversas; administram orçamentos individuais e familiares; promovem a organização da categoria; realizam ações educativas no campo da sexualidade; propagandeiam os serviços prestados. As atividades são exercidas seguindo normas e procedimentos que minimizam as vulnerabilidades da profissão”.


" É UM TRABALHO COMO OUTRO QUALQUER, SÓ QUE A SOCIEDADE O COLOCOU À MARGEM. É MAIS QUE UM TRABALHO, ESSE QUE REALIZAMOS: É UM SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA "


Se a atividade já é reconhecida, para especialistas no assunto, a maior dificuldade é que as próprias profissionais consigam romper o estigma social e o preconceito atribuído a quem comercializa o sexo. “Precisamos nos aceitar como prostitutas para dar mais visibilidade para a profissão”, afirma a cientista social Carmen Lucia Paz. “Esse processo de rompimento do estigma é muito pessoal. Precisa ser rompido pela própria pessoa, quando se dá conta de que tem as mesmas dificuldades que qualquer outra pessoa, em qualquer profissão”.

Profissional do sexo há 23 anos, ela é membro do Núcleo de Estudos da Prostituição de Porto Alegre e pós-graduanda em Direitos Humanos. “Foi um trabalho exaustivo entender que eu não sou uma criminosa, que sou uma trabalhadora. Enquanto não me aceitei como prostituta não contei para ninguém. Escolhi a profissão porque gostava de ser prostituta, sentia prazer, mas dizia que era por necessidade”, conta Carmen Lucia.

















A opção pela atividade tem grande influência da família e da escola, seja por abandono, por repetição ou por necessidade econômica.

Dentro da cadeia de profissões, a prostituição é considerada uma ocupação de contravenção, uma profissão marginal. É necessário trabalhar qualidade de vida, como valorização da auto-estima e condições de trabalho saudáveis. Na opinião de uma especialista do núcleo, a qualificação profissional da atividade é importante para a organização das prostitutas como categoria e mostra um esforço em tratar essa necessidade do consumidor de forma menos marginal.

Uma das iniciativas mais importantes do segmento surgiu da necessidade de unir as profissionais do sexo e promover sua articulação política. Foi a Rede Brasileira de Prostitutas, criada em 1987 durante o I Encontro Nacional de Prostitutas. Uma das idealizadoras do movimento, cuja trajetória de vida é recheada de iniciativas pela luta das profissionais do sexo, é a coordenadora da rede, Gabriela Leite, de 55 anos. Além de ter atuado durante 16 anos como prostituta, ela também coordena a ONG Davida e foi fundadora da Daspu, a marca de roupas, digamos, não tão sofisticadas quanto a de sua prima rica. Autora do livro Eu, mulher da vida, a ativista está preparando sua segunda publicação, que será lançada pela Editora Objetiva em fevereiro do ano que vem.

"ENQUANTO NÃO ME ACEITEI COMO PROSTITUTA NÃO CONTEI PARA NINGUÉM. ESCOLHI A PROFISSÃO PORQUE GOSTAVA, SENTIA PRAZER, MAS DIZIA QUE ERA POR NECESSIDADE"


Gabriela discorda do discurso tradicional, de que as mulheres escolhem a prostituição por necessidades econômicas. “Detesto quando dizem que não escolheram ser prostitutas. Todo mundo faz uma opção na vida. Algumas têm um leque de opções maior”, defende. “Sempre ouvi das colegas que jamais lavariam calcinha de madame. Claro que há menos opções para algumas pessoas, mas não deixam de ser opções”.

A prostituta ganha por dia, e a remuneração varia muito, dependendo do local onde a profissional atua. Na rua e na zona, a média de ganho é de R$ 80 a R$ 100 por dia. “Nas áreas portuárias, por exemplo, se há um navio ancorado, as meninas ganham muito dinheiro, de R$ 400 a R$ 500 por dia”, comenta Gabriela. Já em Copacabana, no verão, um programa pode chegar aos US$ 200.

O mais interessante, profissionalmente, é adquirir clientes fixos que, em geral, pagam mais, muitas vezes o dobro. A maioria das profissionais não ganha menos de R$ 2 mil, fazendo uma média de três programas por dia. Em algumas casas de prostituição o programa chega a custar R$ 1 mil, e as meninas ganham até R$ 25 mil por mês.

" SEMPRE OUVI DAS COLEGAS QUE JAMAIS LAVARIAM CALCINHA DE MADAME. CLARO QUE HÁ MENOS OPÇÕES PARA ALGUMAS PESSOAS, MAS NÃO DEIXAM DE SER OPÇÕES "


A mulher que vive do sexo precisa saber como administrar seu dinheiro, já que pode passar dias sem ganhar nada. Trabalhar na rua ou em uma boate (exceto as de luxo) não faz muita diferença no rendimento. Na calçada, o valor do programa é mais baixo, mas as prostitutas fazem mais programas. Já nas boates, as exigências estéticas são maiores. Dependendo da casa, se a menina está com o esmalte descascando, não permitem que ela trabalhe. Quanto mais chique a boate, maior o grau de exigência. Nesses lugares, ainda que se ganhe mais, gasta-se também muito mais com a chamada ‘produção’ – cabelo, maquiagem etc. Em algumas regiões do País, a maioria das prostitutas trabalha em garimpos e não é paga em dinheiro, mas em ouro. Nesses lugares, o status das meninas é medido pela quantidade de dentes de ouro que ostentam. Isso explica a existência do item “investir em pepitas de ouro”, que, curiosamente, consta da lista de atividades da ocupação da profissional do sexo do MTE.

Algo intrigante no senso comum é entender o que leva um homem a pagar por sexo se ele pode ter isso gratuitamente. “Há uma demanda da sociedade em termos de prática e fantasia. Além do sexo, existe a questão humana da troca. É uma forma de se proteger do envolvimento”, afirma a especialista da FEA.

As profissionais do sexo se relacionam com os homens sem criar ou manter vínculo emocional. “É uma relação puramente profissional, sem nenhum compromisso. Os homens gostam das fantasias que imaginam com as prostitutas, que outras mulheres não completam”, reflete Carmen Lucia.























Para o ambiente de trabalho não virar a ‘casa da mãe-Joana’, há códigos de sobrevivência e de ética que devem ser seguidos pelas prostitutas. Quando não são respeitados, há conflitos entre as profissionais. São regras que se criam no dia-a-dia, como em qualquer classe trabalhadora, e cada grupo constrói as suas de acordo com a realidade local.

Se a realidade econômica afeta todos os mercados de trabalho, a prostituição não fica fora desse contexto. Um ponto relevante para ganhar espaço no mercado de trabalho é saber se destacar em meio à concorrência. “Uma boa profissional do sexo tem que ser desprovida de pudores, precisa ser amável, romântica, consciente, cidadã. Tem que ser puta no sentido de assumir o papel”, explica Carmen Lucia. “As mulheres que casam aos 20 anos serão experientes aos 40. Já a prostituta, por investir no sexo como atividade profissional, ganha experiência rapidamente. O homem que casa com uma prostituta acha que casou com a dama do sexo”, analisa.

Também é fundamental saber escutar, pois muitas vezes os homens vão para conversar sobre assuntos que não conversam com a família ou com os amigos. Educação e bom trato com os clientes são habilidade que devem constar entre as atribuições de uma boa profissional do sexo.

“Não há prazer sexual, senão as prostitutas não agüentariam. O que existe é o prazer de fazer o trabalho direito. Os homens acreditam piamente que estão dando prazer às prostitutas, mas sabemos que não é difícil fingir um orgasmo”, revela Gabriela. Ela afirma que os prazeres são os de conhecer muitas pessoas, de estar em um ambiente diferente, da noite, onde os códigos de vida são outros.

" A PROSTITUTA DEVE AGIR COMO UM EMPRESÁRIO. É PRECISO CRIAR ESTRATÉGIAS DE MARKETING, E EU SEMPRE SEPAREI UMA PARTE DO MEU RENDIMENTO PARA ISSO "


Segundo o MTE, no que se refere à formação e à experiência das profissionais do sexo, é imperioso seguir alguns conselhos. Participar de oficinas sobre sexo seguro, oferecidas pelas associações da categoria, é sempre uma boa idéia. Assim como fazer outros cursos complementares de formação profissional: por exemplo, cursos de beleza, de cuidados pessoais, de planejamento do orçamento, bem como cursos profissionalizantes para rendimentos alternativos (também oferecidos pelas associações, em diversos Estados).

O acesso à profissão é livre somente aos maiores de 18 anos, e as pesquisas indicam que a escolaridade média das profissionais vai da quarta à sétima série do ensino fundamental. Como qualquer outro ramo de atividade, para se chegar ao pleno desempenho é preciso experiência. No caso da prostituta, nunca menos que dois anos de batente.

" DIZER QUE A GENTE VENDE O CORPO É BOBAGEM. MEU CORPO ESTÁ AQUI COMIGO. E CUIDO MUITO BEM DELE. A GENTE ESTÁ AQUI PARA VENDER FANTASIA, ILUSÃO "


O programa, eixo elementar da atividade da prostituta, é definido na negociação de tempo, preço, local e das práticas sexuais a serem, como diremos, desenvolvidas. “Nos dias atuais, tendo em vista a disseminação do HIV, incluise na negociação o uso do preservativo”, revela a psicóloga Katia Guimarães, que coordenou a pesquisa que traça o perfil das prostitutas brasileiras. Boa parte da clientela, entretanto, não gosta de usar a bendita camisinha, o que implica, geralmente, em adicional ao preço do programa.

De acordo com as prostitutas ouvidas pela pesquisa, o mau cliente é aquele que ofende, tenta burlar ou descumprir o programa combinado ou o preço negociado, ou aquele que ameaça ou agride a prostituta. Já o bom cliente é o que trata bem, é carinhoso, que não se vale do estigma para negociar o programa, ofendê-las ou agredi-las. E o cliente fixo é aquele que só procura por uma prostituta em particular, e o faz regularmente.

Se, historicamente, tanto a prostituição quanto a figura da prostituta foram associadas à disseminação de doenças, à delinqüência e à marginalidade, dados da pesquisa mostram que a realidade não é bem assim.

Na hora do sexo, 67% das prostitutas usam preservativo com os clientes. Com o parceiro fixo, apenas 20% usam camisinha, número semelhante ao das mulheres de um modo geral. “Quando não há relacionamento afetivo, a proteção acontece de forma pragmática. Na relação afetiva, nós, mulheres, temos pretensa prontidão ao amor, e isso dificulta o uso do preservativo. Com as prostitutas é a mesma coisa: ao estabelecer uma relação de confiança, o uso do preservativo fica de lado”, explica Katia.

" O PRIMEIRO FOI O DINHEIRO MAIS FÁCIL QUE EU JÁ GANHEI NA VIDA. O CARA TINHA EJACULAÇÃO PRECOCE. EM DEZ MINUTOS FATUREI R$ 100 "


O mercado das prostitutas vem se expandindo para outras áreas, assim como ocorre em muitas profissões. Lentamente, elas vão adentrando a literatura, o cinema, a moda e outras searas. Há, inclusive, uma publicação destinada às prostitutas, o jornal Beijo da Rua (www.beijodarua. com.br). A enfermeira e ex-prostituta Vanessa de Oliveira, de 31 anos, ganhou destaque na mídia com a publicação de Diário de Marise - a Vida Real de uma Garota de Programa, que relata suas memórias como profissional do sexo. No livro, ela conta fantasias de clientes, detalhes de orgias em casas de swing e garante já ter feito cinco mil programas.

“O primeiro foi o dinheiro mais fácil que eu já ganhei na vida. O cara tinha ejaculação precoce. Em dez minutos faturei R$ 100”, diz Vanessa. Para se destacar no mercado, ela publicava anúncios em jornais de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Quando percebeu que o resultado dos anúncios era positivo, criou outras duas personagens, cada uma com um perfil, para atingir clientes com desejos diferentes.

“A profissional do sexo deve agir como um empresário. É preciso criar estratégias de marketing, e eu sempre separei uma parte do meu rendimento para isso”, diz. “Quando ganhava menos de R$ 10 mil, achava que era pouco”.

Com uma grife de lingerie recém-lançada, Vanessa prepara seu próximo livro, que deve ser lançado em março do ano que vem. “Há uma necessidade do mercado de produtos que tratem da prostituição. Se mais uma garota lançar um livro, vai vender também, pois as pessoas querem ler relatos diferentes.” Fica aqui a dica para quem quiser se embrenhar no mercado.

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UMA CARREIRA DE PONTA













PLANO DE CARREIRA, MANUAL DE SERVIÇOS E EMPREENDIMENTOS E POSTURA CORRETA DA PROFISSIONAL DO SEXO, SEGUNDO O MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

BATALHAR PROGRAMA

•Agendar a batalha
•Produzir-se visualmente
•Aguardar no ponto (esperar por quem não ficou de vir)
•Seduzir com o olhar
•Abordar o cliente
•Encantar com a voz
•Seduzir com apelidos carinhosos
•Conquistar com o tato
•Envolver com o perfume
•Oferecer especialidades ao cliente
•Reconhecer o potencial do cliente
•Dançar para o cliente
•Dançar com o cliente
•Satisfazer o ego do cliente
•Elogiar o cliente

ATENDER CLIENTES

•Preparar o kit de trabalho (preservativo, acessórios, maquilagem)
•Especificar tempo de trabalho
•Negociar serviços eróticos
•Negociar preço
•Realizar fantasias eróticas
•Cuidar da higiene pessoal do cliente
•Fazer strIptease
•Fazer carícias
•Relaxar o cliente com massagens
•Representar papéis
•Inventar estórias
•Manter relações sexuais
•Dar conselhos a clientes com carências afetivas
•Prestar primeiros socorros
•Fazer compras para o garimpo (rancho)
•Lavar roupas dos garimpeiros
•Cuidar dos enfermos no garimpo
•Posar para fotos

REDUZIR VULNERABILIDADES

•Negociar com o cliente o uso do preservativo
•Usar preservativos
•Passar gel lubrificante à base de água
•Participar de oficinas de sexo seguro
•Reconhecer doenças sexualmente transmissíveis
•Fazer acompanhamento da saúde integral
•Realizar campanhas sobre os riscos de uso de hormônios
•Realizar campanha sobre os riscos de uso de silicone líquido
•Denunciar violência física
•Denunciar discriminação

ACOMPANHAR CLIENTES

•Fazer companhia ao turista
•Fazer companhia a cliente solitário
•Acompanhar cliente em viagens
•Acompanhar cliente em festas e passeios
•Jantar com o cliente
•Pernoitar com o cliente

ORGANIZAR A CATEGORIA

•Promover valorização profissional da categoria
•Ministrar cursos de auto-organização
•Apoiar a organização das associações
•Fazer campanha de filiação
•Realizar articulações políticas
•Combater a prostituição infanto-juvenil
•Participar de movimentos organizados
•Distribuir preservativos
•Contribuir para a documentação histórica da prostituição
•Fomentar a educação geral
•Fomentar cursos profissionalizantes
•Reivindicar fundos para profissionalização
•Participar da organização de cursos de primeiros socorros
•Reivindicar cursos básicos de línguas estrangeiras
•Participar da organização de cursos de beleza e massagem

ADMINISTRAR ORÇAMENTOS

•Anotar receita diária
•Listar contas-a-pagar
•Pagar contas
•Contribuir com o INSS
•Contribuir com a receita familiar
•Separar parte da receita diária para poupança
•Aplicar dinheiro em banco
•Abrir conta poupança habitacional
•Investir em empreendimentos de complementação de renda
•Investir em pepitas de ouro

EDUCAR SEXUALMENTE

•Elaborar roteiro de teatro educativo
•Produzir espetáculos educativos
•Encenar espetáculos educativos
•Conceder entrevistas
•Aconselhar meninas de rua
•Ministrar palestras na rede de ensino
•Ministrar palestras nos cursos de formação e reciclagem de policiais
•Elaborar roteiro de teatro educativo
•Produzir espetáculos educativos
•Encenar espetáculos educativos
•Conceder entrevistas
•Aconselhar meninas de rua
•Ministrar palestras na rede de ensino
•Ministrar palestras nos cursos de formação e reciclagem de policiais

DEMONSTRAR COMPETÊNCIA

•Demonstrar capacidade de persuasão
•Demonstrar capacidade de expressão gestual
•Demonstrar capacidade de realizar fantasias eróticas
•Agir com honestidade
•Demonstrar paciência
•Planejar o futuro
•Prestar solidariedade aos companheiros
•Ouvir atentamente (saber ouvir)
•Demonstrar capacidade lúdica
•Respeitar o silêncio do cliente
•Demonstrar capacidade de comunicação em língua estrangeira
•Demonstrar ética profissional
•Manter sigilo profissional
•Respeitar código de não cortejar companheiros de colegas de trabalho
•Proporcionar prazer
•Cuidar da higiene pessoal
•Conquistar o cliente
•Demonstrar sensualidade

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Solar dos príncipes

Este conto faz parte do livro Contos Negreiros, do querido Marcelino Freire. Sou fã do estilo do autor e acho que a obra dele serve como exemplo de que a simplicidade - quando bem aplicada - no texto pode funcionar maravilhosamente bem.






















Solar dos Príncipes

Quatro negros e uma negra pararam na frente deste prédio.
A primeira mensagem do porteiro foi: "Meu Deus!" A segunda: "O que vocês querem?" ou "Qual apartamento?" Ou "Por que ainda não consertaram o elevador de serviço?"
"Estamos fazendo um filme", respondemos.
Caroline argumentou: "Um documentário". Sei lá o que é isso, sei lá, não sei. A gente mostra o documento de identidade de cada um e pronto.
"Estamos filmando".
Filmando? Ladrão é assim quando quer sequestrar. Acompanha o dia-a-dia, costumes, a que horas a vítima sai para trabalhar. O prédio tem gerente de banco, médico, advogado. Menos o síndico. O síndico nunca está.
- De onde vocês são?
- Do Morro do Pavão.
- Vamos gravar um longa-metragem.
- Metra o quê?
Metralhadora, cano longo, granada, os negros armados até as gengivas. Não disse? Vou correr. Nordestino é homem. Porteiro é homem ou não é homem? Caroline dialogou: "A idéia é entrar num apartamento do prédio, de supetão, e filmar, fazer uma entrevista com o morador."
O porteiro: "Entrar num apartamento"?
O porteiro: "Não".
O pensamento: "Tô fodido."
A idéia foi minha, confesso. O pessoal vive subindo o morro para fazer filme. A gente abre as nossas portas, mostra as nossas panelas, merda.
Foi assim que comprei uma câmara de terceira mão, marcamos, ensaiamos uns dias. Imagens exclusivas, colhidas na vida da classe média.
Caroline: "Querido, por favor, meu amor". Caroline mostrou o microfone, de longe. Acenou com o batom, não sei.
Vou bem levar paulada do microfone? O microfone veio emprestado de um pai-de-santo, que patrocinou.
O porteiro apertou o apartamento 101, 102, 108. Foi mexendo em tudo quanto é andar. Estou sendo assaltado, pressionado, liguem para o 190, sei lá.
A graça era ninguém ser avisado. Perde-se a espontaneidade do depoimento. O condômino falar como é viver com carros na garagem, saldo, piscina, computador interligado. Dinheiro e sucesso. Festival de Brasília. Festival de Gramado. A gente fazendo exibição no telão da escola, no salão de festas do prédio.
Não.
A gente não só ouve samba. Não só ouve bala. Esse porteiro nem parece preto, deixando a gente preso do lado de fora. O morro tá lá, aberto 24 horas. A gente dá as boas-vindas de peito aberto. Os malandrões entram, tocam no nosso passado. A gente se abre que nem passarinho manso. A gente desabafa que nem papagaio. A gente canta, rebola. A gente oferece a nossa coca-cola.
Não quer deixar a gente estrear a porra do porteiro. É foda. Domingo, hoje é domingo. A gente só quer saber como a família almoça. Se fazem a mesma festa que a nossa. Prato, feijoada, guardanapo. Caralho, não precisa o síndico. Escute só. A gente vai tirar a câmera do saco. A gente mostra que é da paz, que a gente só quer melhorar, assim, o nosso cartaz. Fazer cinema. Cinema. Veja Fernanda Montenegro, quase ganha o Oscar.
- Fernanda Montenegro não, aqui ela não mora.
E avisou: "Vou chamar a polícia".
A gente: "Chamar a polícia?"
Não tem quem goste de polícia. A gente não quer esse tipo de notícia. O esquema foi todo montado num puta de sacrifício. Nicholson deixou de ir vender churro. Caroline desistiu da boate. Eu deixei esposa, cadela e filho. Um longa não, é só um curta. Alegria de pobre é dura. Filma. O quê? Dei a ordem: Filma.
Começamos a filmar tudo. Alguns moradores posando a cara na sacada. O trânsito que transita. A sirene da polícia. Hã? A sirene da polícia. Todo filme tem sirene de polícia. E tiro, muito tiro.
Em câmera violenta. Porra, Johnattan pulou o portão de ferro fundido. O porteiro trancou-se no vidro. Apareceu gente de todo tipo. E a idéia não era essa. Tivemos que improvisar.
Sem problema, tudo bem.
Na edição, a gente manda cortar.

(FREIRE, Marcelino. Contos negreiros. Rio de Janeiro: Record, 2005. pp.23-27)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Dança para todos

















Criador de técnica de dança que inclui portadores e não-portadores de deficiências físicas e mentais, o coreógrafo americano Alito Alessi fala sobre arte e inclusão social

MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
(matéria publicada em 24 de maio de 2007, no cardeno Equilíbrio)

Para mostrar que as limitações de pessoas com necessidades especiais podem ser muito menos restritivas do que se imagina e integrá-las à sociedade de uma forma original, o bailarino e coreógrafo norte-americano Alito Alessi, 53, desenvolveu, em 1987, uma técnica que hoje já está difundida pelo mundo: o Danceability.
Trata-se de um método de dança inclusivo para portadores e não-portadores de deficiências que pesquisam movimentos juntos.
No Brasil para o Projeto Danceability 2007, com palestras, workshops e performances que ocorrem em vários locais de São Paulo, o coreógrafo norte-americano também organiza um espetáculo com artistas brasileiros, que será apresentado em junho na mostra "Sob um Novo Olhar", no Sesc Santana. Leia trechos da entrevista concedida à Folha.

FOLHA - Como surgiu a idéia de criar o Danceability?
ALITO ALESSI - Apesar de os valores da dança contemporânea, que nasceu nos anos 1970 e 1980, afirmarem que ela é para todos, não era isso que eu via. Pensei em como seria fazer a dança acessível para todo mundo -não isolando as pessoas em seus grupos- e que ela fosse um reflexo da sociedade, onde todos fossem capazes de trabalhar juntos. Estou interessado em todas as pessoas, em todos os movimentos e na linguagem que cada corpo e cada pessoa tem para oferecer no processo da comunicação.

FOLHA - Por que alguém escolheria dançar a partir dessa técnica?
ALESSI - Existem muitos tipos de dança, mas a maioria delas acaba isolando pelo menos 20% da nossa sociedade. Nesse método, o que interessa é que o seu mundo interno possa vir à tona e ser expresso pelo seu próprio corpo como ele é. É uma expressão bem diferente do que se alguém diz o que você tem de fazer com o seu corpo. Além disso, se você se movimentar com pessoas que se movem como você o tempo inteiro, acaba mantendo sempre os seus próprios padrões, coisas que são mais familiares e confortáveis para você. Aprender a se mover de um jeito diferente facilita mudar também o modo de pensar e de ver as coisas.

FOLHA - Pode-se afirmar que, para alguém que tem alguma deficiência física ou mental, a técnica mostra que os limites dessa pessoa vão além do que ela imagina e que, para uma pessoa sem deficiências, existem limites que não precisam ser ultrapassados?
ALESSI - Sim. O trabalho é realmente para ensinar cada um, e cada pessoa tem alguma coisa diferente para aprender. Todos aprendem com todos, e as pessoas que não têm deficiência têm tanto a aprender quanto as pessoas com deficiência.

FOLHA - Por que é importante que o grupo tenha pessoas tão diferentes?
ALESSI - É um reflexo mais honesto do que são o mundo e a natureza, que é assim, diversa. A maioria do preconceito que cria sofrimento e separação vem de as pessoas não terem experiência com algo. Por exemplo, você olha para alguém que não tem pernas e pensa: esse cara não tem pernas, ele não pode dançar. De repente vê ele dançando e a sua mente é obrigada a se transformar. Quanto mais diversas as experiências, maiores as possibilidades de escolha.

FOLHA - Os pilares do Danceability são sensação, relação, tempo e composição. Qual a importância de cada um deles?
ALESSI - A sensação mantém a pessoa em relação com o seu corpo e com o seu movimento nesse momento e ensina a linguagem do próprio corpo. Relação é o que se vai fazer com essa linguagem ao se relacionar com outras pessoas. Tempo tem a ver com aprender a controlar o tempo, mais do que deixar o tempo controlar você, pois pessoas diferentes fazem coisas em tempos diferentes. Quando mantemos sempre o mesmo tempo, perdemos muitas coisas. E composição é a acumulação disso tudo: por meio dessas três coisas se chega a uma consciência de composição. Então há o indivíduo, uma relação com outra pessoa, atenção à sua comunidade e como ela está afetando o ambiente. A sensação é consigo próprio, relação é com as outras pessoas, o tempo envolve a comunidade, e seu efeito como comunidade no meio ambiente é a composição.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Mr. Funk Samba - Banda Black Rio



Pra quem ainda não sabe, é com essa trupe da pesada que eu ando trabalhando. Salve a música de qualidade! Contato para shows, é nóis... hehehe. Abaixo, um breve texto de apresentação da banda.

[+] A Banda Black Rio

Líder da formação original da banda, que teve seu nome inspirado no Movimento Black Rio, Oberdan Magalhães fundou o grupo em 1976, a convite da Warner. Nessa época, a Black Rio chegou a ser comparada a bandas como Kool and the Gang e Earth, Wind and Fire. A afinidade musical entre Tim Maia e Black Rio levou os dois ícones ao mesmo palco em diversos bailes no subúrbio do Rio de Janeiro na década de 70.
A morte de Oberdan, em 1984, interrompeu a carreira do grupo, que foi resgatado por seu filho, William Magalhães, 15 anos depois. O artista, que teve uma composição ["Se Eu Soubesse"] gravada por Tim Maia, também chegou a dividir o palco com o rei do soul brasileiro. O atual som da Black Rio alia suas raízes sonoras a um acento mais pop, seguindo as tendências da música contemporânea brasileira. Além do caldeirão que mistura jazz, samba, soul e funk, o som da banda ganhou pitadas de rap e letras rebuscadas na composição de William.
A discografia da Black Rio conta com quatro discos: “Maria Fumaça”, “Gafieira Universal”, “Saci Pererê” e “Movimento”, que foi lançado na Inglaterra com o título “Rebirth” pelo selo britânico Mr. Bongo.

[+] O Movimento Black Rio

Surgido na mesma década de 70 em que Tim Maia, Cassiano e Carlos Dafé estremeceram os amantes da música dançante com sua mistura de funk e soul, o Movimento Black Rio ligava o ritmo inspirado em James Brown e outras vertentes americanas ao samba.
Em lugar da zona sul carioca, berço da bossa-nova, o palco dos bailes que balançava o Rio de Janeiro com a levada do samba soul nessa época foi armado nas favelas e nas quadras das escolas de samba da zona norte da cidade.

[+] William Magalhães

Líder, tecladista, compositor e arranjador da Banda Black Rio já trabalhou com diversos artistas, como músico e arranjador. Entre eles, Tim Maia, George Benson, Ed Motta, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Marina Lima, Cassiano, Sandra de Sá, Seu Jorge, Milton Nascimento, César Camargo Mariano e Mano Brown. Sua paixão pela música começou cedo. Desde menino comparecia aos ensaios de seu pai e às serestas de sua avó, além de participar de ensaios da escola de samba Império Serrano e de encontros de jongo. Em meio a uma família de artistas, teve como tio-avô o compositor Silas de Oliveira, autor de Aquarela Brasileira. Na adolescência, optou por estudar jazz e consolidou suas habilidades no piano.
Em 1996, recebeu o prêmio de melhor arranjador pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) com o disco Registros à Meia Voz, de Marina Lima. Retomou as atividades da Banda Black Rio em 1999 e até hoje lidera a trupe. Em 2000, recebeu o Prêmio Sharp de melhor banda pop rock com o álbum Movimento, da Black Rio. Atualmente, está finalizando o próximo disco da banda, que conta com participação de Seu Jorge, Marina Lima, Mano Brown e Gilberto Gil.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Trampo na África


Bem que eu gostaria de me candidatar, mas agora não daria pra ir mesmo. Estive em Moçambique no final do ano passado e amei, apesar de o país estar em plena reconstrução.

O Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ), organização sem fins lucrativos baseada em Washington D.C., procura jornalista fluente em português para o seu programa Knight Health Journalism Fellowship in Mozambique. O participante vai liderar projetos destinados a melhorar a cobertura de questões de saúde e políticas de saúde em parceria com influentes organizações de mídia locais. É necessário ser jornalista sênior e, de preferência, ter tido experiência como treinador ou gerente. Inscreva-se aqui: http://knight.icfj.org/OurFellows/ApplyforaFellowship/tabid/64/Default.aspx.

Na sala com Gilberto Gil


Foto tirada em 2004 no Fórum Social Mundial, em Mumbai, Índia






Não é de hoje que me sinto uma pessoa privilegiada. Não tenho nenhum problema grave de saúde, não me falta alimento, tenho amigos fiéis e uma família que me suporta (em todos os sentidos) desde que me conheço por gente. Sempre me senti plena com meu trabalho, apesar das injustiças do mercado e dos desafios diários de trabalhar na grande imprensa.

Mas confesso que ter a oportunidade de passar uma tarde com Gilberto Gil, em seu estúdio, mexeu demais comigo e me faz repensar meu papel no mundo. Já o havia entrevistado em 2004 no Fórum Social Mundial, na Índia, para a revista Jungle Drums, e, novamente, em 2005, para a Folha S.Paulo. Mas na última sexta-feira, quando estive em seu estúdio, no Rio de Janeiro, para uma gravação dele em uma faixa do novo disco da Banda Black Rio, saí do encontro absolutamente abalada.

Eu já sabia que minha idolatria se estende apenas a ele e ao Dalai Lama, com quem também já tive o privilégio de dividir alguns momentos - primeiro em sua casa, na Índia, que resultou numa matéria para a BBC Brasil e noutra para a Carta Capital, e depois, aqui em São Paulo, em sua última passagem por solo brasileiro.

Voltando ao Gil, passei uma tarde admirando o talento do rapaz (sim, o espírito dele o transforma em um jovem excitado pela vida e pelos encontros) e vendo a forma como ele acatava a direção do William Magalhães, líder da Banda Black Rio e meu atual chefe. Simples nos gestos e na fala, nosso ex-ministro da cultura é um exemplo de humildade e talento, que deveria ser seguido por todos.

Não sei como colocar em palavras toda a emoção que foi ter a oportunidade de conversar com Gilberto Gil. Fico feliz por saber que a canção que ele gravou em minha presença ficará eternizada em sua voz. Saí de lá com uma sensação intensa de plenitude. Era como se estivesse flutuando e, ao mesmo tempo, como se tivesse um grito de alergia abafado dentro do meu peito.

Fomos a um bar comemorar o feito e, para não ter que explicar nada para ninguém, depois de um par de chopps, dei uma escapada até o banheiro. Chorei feito uma criança. De alegria, de emoção, de medo... por achar que minha missão é muito maior do que eu pensava até aqui.

Dicas de mestres

Esta lista traz indicações feitas pelos colunistas da Folha S.Paulo Elio Gaspari, Jânio de Freitas, Ruy Castro e Xico Sá. Quanto mais eu leio, mas percebo o quanto falta pra ler...

ELIO GASPARI:

1. Machado de Assis. Qualquer um. Tem efeito balsâmico, o sujeito lê à noite e escreve melhor no dia seguinte.
2. Manuel Bandeira, qualquer coisa. Ajuda a gostar das palavras.
3. Mencken. Em matéria de estilo devastador, é o pai da matéria. [Dois livros dele foram traduzidos para o português: "O Livro de Insultos de H.L. Mencken", seleção e tradução de Ruy Castro, editado pela Companhia das Letras - São Paulo, 1988, esgotado; e "Os Americanos", edição portuguesa, Antigona, 2004].
4. A reportagem de Hiroshima do John Hersey. Saiu em português [Companhia das Letras, série Jornalismo Literário].
5. Para ter uma coisa atual, o capítulo da morte do Sérgio Vieira de Mello da Samantha Power. O livro acaba de sair.

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JANIO DE FREITAS

livros a recomendar, não tenho. Se interessar um palpite, ei-lo.

1- Não tenho convicção de que literatura seja importante como ajuda para escrever bons textos de noticiário. Repito: de noticiário. Mas a leitura atenta de Machado, Eça, Lima Barreto, por exemplo, pode ajudar a desenvolver o gosto pelas palavras, em seus sentidos mais afinados e suas combinações mais resultantes.
A leitura de textos entre o jornalismo livre e a literatura me parece ainda mais útil (e mais fácil de ler nestes tempos). São os textos dos cronistas, com realce para Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, depois Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.

2- Dicionário. Criar o hábito de consultá-lo quando houver dúvida sobre o melhor sentido de uma palavra, não só quando se está lendo, é de imensa ajuda para a precisão e a inteligibilidade do texto jornalístico. E para evitar a mediocridade dos textos cujos autores escrevem sempre com as mesmas palavras, ignorantes até dos sinônimos mais singelos. Bem portátil, o Mini Caldas Aulete é bastante bom.

3- Uma chave importante, talvez a mais importante, para o repórter que quer aprimorar o seu texto, é ler jornal com este propósito. Ler com atenção os textos que mais agradem, e procurar descobrir por que agradam, estudá-los mesmo. Se o autor for alcançável, não há motivo para desperdiçar uns papos com ele sobre redação, estrutura de notícia, diferentes técnicas de texto, e por aí (a meu ver, não há melhor maneira de aprender: foi assim que se formaram os melhores escritores de jornalismo que conheci, aqui e no exterior).

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RUY CASTRO

Cinco livros é difícil. Serve cinco autores?
Rubem Braga, Millôr Fernandes, Carlos Heitor Cony, Joel Silveira e o Paulo Francis dos anos 60.
Escrever "como eles", depois que se aprende, não tem muito problema. O problema é o sujeito se tornar eles -- ou seja, ter a cabeça que permite escrever aquelas coisas...

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XICO SÁ

A alma encantadora das ruas -João do Rio

Um Bom Par De Sapatos E Um Caderno De Anotaçoes -- Como Fazer Uma Reportagem -de Anton Tchekhov

Balas de Estalo - reunião crônicas políticas e de costumes de Machado de Assis

Dez dias que abalaram o mundo - John Reed

Paris é uma festa - E. Hemingway

Na pior em Paris e Londres - George Orwell

O SEGREDO DE JOE GOULD, de Joseph Mitchell (AULA GENIAL DE COMO FAZER UM PERFIL DE UM PUTA PERSONAGEM PRATICAMENTE ANONIMO)

Tudo de Nelson Rodrigues, claro

Malagueta ,perus e bacanaço -João Antônio

Vidas Secas - Graciliano Ramos

"Bartleby, O Escriturário" de Herman Melville

A milésima segunda noite da av. paulista - Joel Silveira

Dicas úteis para uma vida fútil -um manual para a maldita raça humana - Mark Twain

O perigo da hora - o século XX nas páginas do The Nation (textos de Kurt Vonnnegut, H.L. Mencken, Gore Vidal, John dos Passos entre outros bambas) -tem uma tradução brasileira da editora Scritta

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Getty Images Latin America recruta fotógrafos para seu time

Já que nunca é demais compartilhar as coisas com os amigos e que não faltam fotógrafos bons ao meu redor...

A Getty Images Latin America acaba de lançar a produção de conteúdo local e está selecionando fotógrafos para integrar sua equipe de colaboradores. Profissionais dedicados e que tenham um olhar diferenciado na hora de registrar momentos são bem-vindos.

Para quem gosta de fotografia e consegue mostrar a arte por trás dela, é a oportunidade de fazer parte da empresa líder mundial em produção e distribuição de imagens e filmes para uso comercial na indústria publicitária e editorial.

A Getty Images irá selecionar profissionais para duas áreas: Criativo e Editorial. Nos dois casos as exigências são as mesmas. Não basta somente registrar o momento e sim captar o “algo mais” da imagem. O Criativo irá focar em trabalhos publicitários, produções locais e características da América Latina. O Editorial irá focar na cobertura de eventos principalmente nas áreas de entretenimento e esportes, e de repercussão nacional e internacional.

Dentro do Criativo há ainda a seleção de profissionais para Footage (filmes curtos). Em breve serão abertas inscrições para incluir material no serviço de licenças musicais da empresa, o Pump Audio. Grandes, médias e pequenas gravadoras também poderão fazer parte da equipe com trilhas sonoras para publicidade e filme.

Para a produção Editorial os fotógrafos devem ter experiência em coberturas e documentação fotográfica, e serem munidos de equipamento profissional para atuar no dia a dia. Além disso, há a seleção do material produzido pelo próprio fotógrafo em forma de ensaio ou reportagem para publicação imediata no site da Getty Images.

Se você quer comercializar as suas imagens de conteúdo Criativo, mande de 10 a 20 fotos em baixa resolução como amostra de portfólio para Jully Fernandes, Gerente de Footage e Creative Stills, no email jully.fernandes@gettyimages.com.

Fotógrafos interessados em produzir conteúdo Editorial devem enviar um e-mail para goya.cruz@gettyimages.com com currículo breve e endereço do site se o tiver.
Portfólios com conteúdo de produção própria devem ser enviados em CD e informações do fotógrafo para Goya Cruz no escritório da Getty Images localizado na Rua Joaquim Floriano, 72 conjunto 143 – CEP. 04534-000 São Paulo – SP.



Não vi as caricaturas que compõe a exposição do Toni, mas assino embaixo no trabalho do cara, que é bastante talentoso. Quando eu coordenava as oito revistas da Escala Educacional ele fez algumas capas pra gente e sempre mandou bem, além de estar emplacando cada vez mais seu trabalho por aí.

Fora que o tema "50 Razões para Rir" já é outro bom motivo para ver a exposição, que estará em local público - o que a torna ainda mais interessante. Ela fica no metrô Santa Cecília por dois meses, a partir do dia 2 de abril, e depois deve seguir para outras estações.