sábado, 9 de maio de 2009

Lua-de-mel dos sonhos

No mês das noivas, uma sugestão de roteiro no Índico: as Ilhas Seychelles misturam beleza natural exuberante, luxo e privacidade.

Mariana Bergel
(texto e fotos - matéria publicada em 7/5/2009 no jornal Diário do Comércio, da Associação Comercial de São Paulo)




Ilha La Digue reúne areias brancas paradisíacas. Cativam por lá espécies endêmicas vegetais e animais.




Engana-se quem pensa que a proximidade do Brasil com o Caribe dispensa uma visita às ilhas africanas. A pouca exploração do arquipélago das Seychelles proporciona uma sensação de privacidade raramente encontrada em outros destinos. Com exceção das ilhas maiores, que têm movimento, quem se aventura pelas menos exploradas tem a chance de ser o primeiro brasileiro a colocar os pés nelas.

As ilhas Seychelles encantam por sua beleza natural exuberante já na chegada. A pista de pouso da Ilha de Mahé, a principal do arquipélago, divide o concreto com o mar azul-turquesa. Situado no coração do Oceano Índico (na altura do Quênia, a nordeste de Madagascar), o país é composto por 115 ilhas – das quais 42 são graníticas e 73 são coralíneas ou de areia. E é conhecido pelo turismo de alto luxo, em especial de lua-de-mel. Mas sem o bolso recheado, é praticamente impossível chegar a este paraíso.

O investimento vale a pena, dada a cor do mar, a variada formação das ilhas, as espécies endêmicas vegetais e animais e a privacidade da região. Cada uma das ilhas tem seu esplendor, mas todas contam com uma bela vegetação, que divide o cenário com praias de finas areias brancas e o mar deslumbrante. Sem falar nos resorts.

A população total do arquipélago é de aproximadamente 85 mil pessoas. A capital do país, Victoria, fica em Mahé, ilha que concentra 90% dos habitantes de Seychelles e a maior parte dos turistas. Mahé é uma ilha de granito e compensa a visita por suas belas florestas, montanhas e parques naturais. Para os interessados em conhecer mais sobre a cultura local e a gastronomia creole, este é o melhor destino do país africano.

Exótica, a culinária é resultado de uma miscelânea de receitas francesas, chinesas e indianas, com um toque de especiarias africanas. Assim como no Brasil, o arroz está sempre presente. Peixes (elaborados com ervas e temperos como canela, cardamomo, alho, hortelã e gengibre), frutos do mar e a fruta-pão também são comuns à mesa.






Praia Anse Source d'Argent é considerada uma das mais belas do planeta – um convite ao mergulho.


Patrimônio Mundial - A segunda maior ilha do arquipélago é Praslin, que fica a 15 minutos de avião de Mahé. Movimentada, se comparada às ilhas menos visitadas, tem boas opções de praias e hotéis. Em Praslin fica o Valée de Mai, uma reserva nacional – Patrimônio Mundial, declarado pela Unesco desde 1983 – que reúne árvores do famoso coco-do-mar, uma espécie de palmeira encontrada apenas nas Seychelles. E há as árvores-macho e fêmea, cujo fruto é símbolo do país e remete a um par de coxas com o púbis feminino. Sua semente é a maior do mundo e seu peso chega a 30 quilos.

Entre as ilhas mais privées está também La Digue, a 45 minutos de barco de Mahé, com praias de tirar o fôlego. Lá, o meio de transporte mais utilizado é a bicicleta, que faz com que o passeio pelas simpáticas ruas de paralelepípedo seja ainda mais agradável. Parada obrigatória na praia Anse Source d'Argent, considerada uma das mais belas do mundo. Suas águas transparentes são forradas por corais e um convite à pratica de mergulho. Para completar o cenário, o mar divide o horizonte com um impactante paredão de rochas de granito rosado. Sem dúvida, o cartão-postal das Seychelles.

História peculiar



Vista aérea de uma das ilhas do arquipélago



















De acordo com os geólogos, as Seychelles são remanescentes de uma parte do continente Gondwana, porção sul da Pangéia, que teria se fragmentado há milhões de anos. Isso explica porque o arquipélago possui parte de suas ilhas compostas por granito e espécies animais e vegetais que não são encontradas em nenhum outro lugar.

A história das ilhas começa no fim do século 15, quando passaram por lá mercadores árabes. Mais adiante, são visitadas por Vasco da Gama e começam a fazer parte das paradas de abastecimento dos navegadores, pela abundância de água e alimento frescos. Na seqüência, passam por ali os franceses, os ingleses e os indianos. Quando é abolida a escravidão, em 1835, chegam também os africanos do continente.

As ilhas se tornam oficialmente colônia inglesa a partir de 1903 e, em junho de 1976, Seychelles ficam independentes. Por conta da presença dos britânicos e dos franceses, a população se comunica nestes idiomas, além do creole, variação do francês e a língua oficial.



Coleção de resorts inesquecíveis
Alguns locais chegam a cobrar mais de 3.500 euros pela diária.

Na ilha principal do arquipélago, o Hilton Northolme dá para uma pequena praia cinemato-gráfica.



Destino exuberante para os olhos, Seychelles é uma excelente opção para passar uma lua-de-mel inesquecível. O motivo: além do cenário, os spas e resorts são sempre charmosos e envoltos em luxo. Mas é bom começar a preparar a viagem desde já: alguns locais chegam a cobrar mais de 3.500 euros pela diária.

Mahé é a primeira parada e o ponto de partida para outros mil paraísos. Próximo ao maior parque marinho do Índico, o Spa & Resort Sainte Anne é uma das sugestões na ilha principal. O luxo dos quartos de cerca de 200 metros quadrados, a gastronomia refinada e as facilidades garantem a boa ocupação.

Também em Mahé, o Hilton Seychelles Northolme Resort & Spa fica em uma colina que termina numa pequena praia cinematográfica. Todos os chalés têm vista para o mar e o spa oferece bons serviços de estética.

Ilhas privativas – Para quem quer fugir do mundo, o Fregaté Island Private, a 20 minutos de vôo de Mahé, é o único estabelecimento da ilha de Fregaté. Seus chalés e a piscina estão dispostos no alto de uma grande rocha de granito, de onde se tem uma vista estonteante para o Índico.

A 95 km de Mahé (ou 35 minutos de avião), a ilha coralínea de Denis abriga o resort Denis Island, que cativa pelos chalés confortáveis e a boa gastronomia. Um paraíso para casais apaixonados, Denis permite a prática de snorkel e mergulho tendo como pano de fundo as praias de areias brancas. Para quem aprecia a observação de pássaros, as aves endêmicas encontradas lá são um primor.

Para chegar a Silhouette, a viagem pode ser feita de helicóptero (15 minutos) ou barco (45 minutos). O hotel Labriz tem um ótimo centro de mergulho, spa e oferece inúmeras opções de caminhadas pelas rochas de granito que compõem a ilha, a mais montanhosa depois de Mahé.


Raio X
Como chegar e aonde ficar.



O trajeto mais usado para chegar às Seychelles é pela África do Sul. Pela SAA (tel. 0800/7711030, www.flysaa.com ), ida-e-volta SP-Johannesburgo a partir de US$ 900, sem as taxas. O trecho até Mahé é operado pela Air Seychelles www.airseychelles.com . Tarifas a partir de 400 euros (ida-e-volta).

ONDE DORMIR

Spa & Resort Sainte Anne: Victoria, Mahé, tel. (248) 29-2000, www.beachcomber-hotels.com. Os quartos tem cerca de 200 metros quadrados. A partir de 904 euros o casal, com café e jantar.

Hilton Seychelles Northolme Resort & Spa: Mahé, tel. (248) 29-9000, www.hiltonworldresorts.com. Fica a cerca de 30 minutos do aeroporto, mas a sensação é de privacidade total. Diária a partir de 750 euros o casal, com café.

Denis Island: Denis, tel. (248) 28-8963, www.denisisland.com. Boa gastronomia, um pequeno centro de mergulho e espécies raras de pássaros. Chalés saem a partir de 1.022 euros (casal), com todas as refeições.

Labriz: Silhouette island, tel. (248) 29-3949. www.labriz-seychelles.com. Várias opções de chalés e um bom centro de mergulho. A partir de 475 euros o casal, com café da manhã.

Frégate Island Private: Frégate Island, tel. (27-21) 55-69984, www.fregate.com. Os chalés estão espalhados no alto de uma grande rocha de granito. A partir de 1.300 euros (estada mínima de três noites), com pensão completa.

Hotel L'Archipel: Anse Gouvernement, Praslin, tel. (248) 28-4700, www.larchipel.com. Não é dos estabelecimentos mais luxuosos, mas fica em uma bela baía. A partir de 400 euros o casal.

FAÇA AS MALAS

Visto: é concedido na chegada ao país e válido por até 30 dias. O passaporte deve ter validade de pelo menos sete meses e deve-se apresentar passagem de volta e comprovante de hospedagem.

Vacina: é preciso apresentar o certificado de vacina contra febre-amarela. Site www.anvisa.gov.br.

Clima: agradável o ano inteiro. Março, abril, outubro e novembro são os melhores meses para a visitação, pois é quando os ventos são mais amenos.

Fuso: sete horas a mais em relação a Brasília.

Moeda: rúpias de Seychelles. 100 rúpias valem a cerca de R$ 14.

Agências locais: Mason's Travel, tel. (248) 28-8888, www.masonstravel.com; e Creole Travel Services, tel. (248) 29-7000, www.creoletravelservices.com.

Internet: www.seychelles.travel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário